Tactile

onze fotografias em cores,
 impressão jato de tinta sobre Hahnemühle Bright white 310 g, 
dimensões variáveis
Dimensão da montagem 2,50 x 2,30 m










Inspirada em uma memória sensorial ligada à carícias em minha infância, desenvolvo esse trabalho como uma investigação sobre as maneiras de trabalhar em fotografia os efeitos corporais ligados ao toque. Matéria primeira que surge na superfice (do corpo e da imagem), a pele é o envelope sensível, responsável pela rede de sensações, provocadora de imagens e de imaginários. Quando a pele se toca, quando o corpo procura a auto-afeição, ele se apresenta a si mesmo, se abre ao seu interior e o esculpe.

Tactile é uma experimentação do corpo face ao aparelho face ao corpo, no qual se trata de vivenciar a misteriosa relação que liga o toque ao sentir, e depois à expressão. Pareceu-me essencial refletir sobre a dança; forma de arte onde a busca de sensações constitui a formação do gesto e sua manifestação. O bailarino que figura nas fotos é um amigo e seguiu uma lista de ações, uma espécie de partitura que visou orientá-lo quanto à intenção, o ritmo e a intensidade buscada.

Atrás do aparelho fotográfico, analiso os gestos do bailarino. Tento uma fusão entre a memória das sensações, nos corpos (o meu e o dele), e o olhar sobre as sensações, na imagem. Os sentidos dançam. Aproximo-me das quimeras. Lá onde o corpo é menos matéria do que percepção.










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